Arquivo / fevereiro, 2011

Arte de quem?

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Última luz do dia

a4Final da tarde de quinta-feira na Rodovia dos Bandeirantes na região de Viracopos/Campinas-SP

“Bus Rapid Service”

O nome do novo corredor de ônibus no Rio de Janeiro é em inglês. A sigla do serviço e a tradução para o português esta na legenda da foto da primeira página do jornal O Globo. Deve ser os preparativos para a Copa e Olimpíadas.

Convite aos palestrantes do Forum Mundial de Sustentabilidade em Manaus

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Eu quero convidar os palestrantes, Bill Clinton, Sir Richard Branson e Arnold Schwarzenegger que virão para o Forum Mundial de Sustentabilidade em Manaus para dar uma volta comigo e conhecer três ou quatro igarapés que cortam a cidade. Nada de ficar passeando de barco em comitiva. Faremos tudo de taxi. Em meio dia de rodagem daria para ter uma idéia de que agora não se trata mais de tentar salvar a floresta, a questão agora é a degradação humana que se encontra a população da periferia das grandes cidades da amazônia. Eu duvido que depois desta volta eles perderiam tempo discutindo o derretimento das geleiras nos polos ou o aquecimento global, os 2% de aumento da temperatura daqui a 100 anos. As cenas que eles veriam deixariam no chinelo aquelas fotos dos chaminés de Chernobil e dos ursos isolados em cima de placas de gêlo usadas no filme do Al Gore. Tudo isso é fichinha perto do que esta se passando na periferia de Manaus. Eles iriam ver o que é morar em cima do esgoto in natura. Como é a violência nos guetos, a prostituição infantil. Eu iria leva-los em um flutuante em Manacapuru, uma boca degradante na beira do rio Solimões para ver meninas se prostituindo dia e noite. Na frente do mercado da cidade para ver a quantidade de lixo despejada na avenida e como nós estamos tratando as águas do Rio Negro, depois, descendo, beirando a margem esquerda passando pelo Igarapé dos Educandos ate chegar  no Encontro das Águas onde esta a Refinaria da Petrobrás, símbolo da nossa matriz ecológica que refina óleo na beira do rio vindo da Bacia de Campos, 8.000 quilometros de viagem, para fabricar celular, moto, eletrodoméstico e outras traquitanas em plena amazônia para depois levar de volta e vender onde vive 80% da população do país. Ah, tambem gostaria que eles visitassem a estação de tratamento de esgôto da região do Hotel Tropical, onde eles ficarão hospedados.

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Que ambiente é este? Soja, boi e minério no lugar dos Zoé

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Os índios Zoé

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Aldeia Cuminapanema, março 2002

a21Brasília, fevereiro 2011

Até alguns anos atrás os recém contatados índios Zoé viviam bem e estavam protegidos na reserva de Cuminapanema no norte do Pará. Na semana passada a Funai divulgou uma foto da visita que os índios fizeram a Brasilia para uma audiência com o Ministro da Justiça. Foram pedir proteção. A paz acabou. A reserva é alvo de grandes projetos econômicos, é rica em bauxita e os projetos agropecuários não tem limites, o arame farpado come solto, é a lei. A outra reclamação dos índios é sobre a disputa entre grupos religiosos, católicos e evangélicos que chegam a contratar índios de outras tribos para pressionar os Zoé. O telejornal local da TV Atalaia mostra uma matéria – http://www.youtube.com/watch?v=fG5l3vrLOMA – de como andam as coisas na aldeia e o contato com comerciantes de castanha.

Casa de doces no Bichinho-MG

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O prato do dia

bar-dos-amigos1No Bar dos Amigos em Camanducaia na saída para Monte Verde o bolinho de carne de porco com miolo de pão, salsinha e cebolinha é uma delícia. O bar é mínimo, tem três ou quatro mesas, um pequeno balcão com duas vitrines “suadas”com os bolinhos que podem acompanhar um bom prato de arroz, feijão, carne moída e repolho refogado muito delicado. O prato feito custa R$ 7,50 e os bolinhos são cobrados a parte. Para acompanhar  guaraná regional Jotá Efe tamanho caçula.

O morro da neblina

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Na sexta-feira eu falei do acidente na frente da Volks mas, um quilometro e meio antes, na ponta do prédio da fábrica esta o trevo do Rodoanel e a vista da chegada é esta foto que publico aqui. É que este alto era uma mata maravilhosa e inesquecível porque era uma espécie de marco. Antigamente depois que se cruzava a Ponte do Rio Grande sobre a Represa Billing, vindo de Santos, a estrada subia até o alto deste morro onde esta este bairro hoje. Esta montanha fazia uma barragem para a neblina que em épocas de nevoeiro bravo não se enxergava um palmo na frente do nariz até cruzar este tope de morro. Dali para baixo a vida clareava.

Primeira página

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Nesta quinta-feira viajei pelo Rodoanel desde a Rodovia Raposo Tavares até a saída da Via Anchieta em São Bernardo do Campo. Estava indo para Santo André, onde comecei na fotografia no jornal A Gazeta Esportiva, sucursal de São Paulo e depois no semanário News Seller, hoje Diário do Grande ABC. Nunca tinha feito este trajeto e senti um calafrio quando descobri que havia desembocado no trecho da Via Anchieta onde fotografei os piores acidentes da minha vida. É um pedaço de pista, sentido São Paulo, em declive, quem tem o mesmo comprimento do predio da primeira fábrica da Volkswagem que fica na beira da estrada à esquerda. Rapidamente me veio um filminho dos piores acidentes, da Rolleyflex e do flash Braun que eu usava, que quando chovia entrava em curto e me dava choques.

Um acidente inesquecível foi uma colisão entre duas carretas de produtos químicos e outros automóveis que explodiram e nenhum corpo foi encontrado inteiro.

Bastava cair uma chuvinha qualquer para o chefe de redação me escalar: “vamos para a Anchieta fazer a primeira” , dizia Lázaro Campos.

Ontem, quando apontei no alto mantendo a velocidade permitida uma carreta basculante, destas de Porto que carregam adubo, me ultrapassou a mais de 120Kmh. Lá embaixo, na saída para São Bernardo tinha um acidente com dois carros e um motoqueiro no chão, sentado, meio tonto e um carro da Polícia Rodoviária, no mesmo lugar onde fotografei este acidente que tem um corpo carbonizado. A carreta passou em frente, continuava na pista da esquerda, na mesma velocidade, não conseguia mais parar. Pelo jeito aquele lugar, quarenta anos depois continua o mesmo, bom de primeira página, só que agora ninguém dá mais a menor importância.