Tudo ao mesmo tempo
Sequência 1
Consegui escapar do Tiro de Guerra alegando que era o mais velho de oito irmãos e porque tinha tres empregos. Era verdade. Na época eu era fotógrafo do Diario do Grande ABC em Santo André. De lá eu vinha para São Paulo trabalhar a noite, no laboratório do jornal Última Hora, e fazia um plantão como fotógrafo na PolÃcia Técnica no sistema 24 por 72 horas. Era tudo o que eu queria, viver fotografia dia e noite.Â
Uma tarde fotografei um acidente, com morte, para o jornal que interditava a Av. Pereira Barreto em São Bernardo. Comecei  meu plantão na PolÃcia Técnica as 22 horas em São Paulo e minha primeira saÃda foi para fotografar o acidente que eu tinha fotografado oito horas atrás. A avenida ficou interditada até a chegada da Técnica. As fotos eram feitas no tripé com uma Rolleiflex e filme Gevaert ISO 25. O tempo de exposição era uma eternidade. Adrenalina pura calcular no olhometro os tempos de exposição.Â
Na PolÃcia Técnica aprendi a fotografar com farol de carro, luz de lanterna e até com a luz de uma fogueira. No jornal fazia tudo, de futebol a jantar do Rotary e como laboratorista da Última Hora volta e meia eu escapava para ir a uma delegacia fotografar algum flagrante. Tudo ao mesmo tempo. Cada dia uma história.
Sequência 2
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