São Paulo, um amor eterno

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Eu nasci na Pró-Matre na Avenida Paulista no dia 1º de Janeiro de 1950 e fui registrado na vizinha Santo André onde fui criado.O meu pai disse para o escrivão que eu nasci as 15,30 mas, minha mãe me dizia que o parto tinha sido depois da meia noite porque ela lembrava de ouvir a gritaria vinda da corrida de São Silvestre que na época dava a largada a meia noite. Por isso até hoje o meu horóscopo chinês não pode ser feito.

Meu pai queria me ensinar caçar macuco na Serra do Mar que ficava praticamente atrás da nossa casa e minha mãe queria companhia para tomar chá no Mappin, almoçar no Massadoro, comer um docinho na Cristallo da rua Marconi. Eu queria tudo, queria bater perna no mato com meu pai e na cidade com a minha mãe. Hoje, nas minhas contas tenho certeza que é assim que se aprende a fotografar. Quando alguém pega um garoto pela mão e sai apresentando pacientemente a cidade, os amigos, o mato, os bichos, os cheiros, as pessoas, os estrepes, as comidas e suas histórias. Fotografia é isto, repito, nas minhas contas, quando se tem vontade de guardar em uma caixinha todas estas histórias, eternamente.

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7 Comentários

Beth   em 25 janeiro, 2010

Que lindo Pedrão querido. São Paulo, mas o que fizeram dela?bjs

Zaclis   em 26 janeiro, 2010

Muito lindo esse teu texto. Acredito nisso também, que a fotografia se instala na alma e depois, muito tempo depois, a câmera chega nas mãos.

lina faria   em 27 janeiro, 2010

Pedrão, essa do horóscopo chinês tá fácil.
O ano chines muda em final de fevereiro.
Portanto você é Boi.
O horóscopo ocidental que precisa de hora exata para ser feito o mapa.
Se você for olhar, 1950 é o ano do tigre. Só que eles mudam de ano depois. Potanto, certamente você á caprica boi.

Ju Andrade   em 28 janeiro, 2010

fica aqui o feliz ano novo em dose dupla. q seus pés te levem pra onde vc desejar, além do q os olhos veem.

Andrea DiP   em 28 janeiro, 2010

Bravo Pedrão. É muito bom ler – ouvir suas histórias sempre. Sou fã!

Ricardo Setti   em 15 junho, 2010

Dá-lhe, Pedrão, cada vez melhor — como fotógrafo, como pessoa, como sabedoria, como texto. Comovente seu texto, querido amigo.

christina almeida   em 21 julho, 2010

Oi Pedro: Fico sempre com gosto de quero mais quando sento à mesa do Dória. Só hoje cheguei à sua São Paulo, um amor eterno.
…”Meu pai queria me ensinar caçar macuco na Serra do Mar que ficava praticamente atrás da nossa casa e minha mãe queria companhia para tomar chá no Mappin, almoçar no Massadoro, comer um docinho na Cristallo da rua Marconi. Eu queria tudo, queria bater perna no mato com meu pai e na cidade com a minha mãe…”
Delícia Pura! Volto amanhã. Obrigada, Christina

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