São Paulo

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Dificil colocar o pé na estrada e não tomar um tranco com a transformação da paisagem, das cidades que tinham sido fotografadas anteriormente com a câmera do coração, que vai saindo e disparando a torto e a direito emocionada, se deslumbrando, expondo uma chapa que fica gravada na memória para sempre. Na Amazônia é um calafrio atrás do outro. Nem precisa ir tão longe. Onde eu moro, na Granja Vianna, a transformação pode ser sentida diariamente. O último baque foi o desmatamento de uma das grandes áreas verdes da região para construção de um condomínio. O pessoal da região chiou a obra parou quinze dias mas ontem as máquinas de terraplanagem estavam raspando uma terra vermelha muito bonita.

Ontem fui ao Mercado Municipal e de lá subi até a Rua Florêncio de Abreu que estava deserta, o comércio estava fechado e o sol ainda não entrava na rua. Do colégio São Bento segui para o Viaduto Santa Efigênia e dei de cara com São Paulo de céu azul e sol chapado na fachada dos velhos edifícios. O coração quis pular para uma foto mas eu não deixei. Era um cartão postal, uma foto boba. No final do viaduto fiz a volta e vi o contra-luz. Ai não deu para segurar, fiquei lá, braços levantados disparando até acertar a chapa ai de cima. Me senti confortável naquela ponta de viaduto, o mundo ainda não acabou pensei, o mosaico de prédios recortados no fundo sempre foi daquele jeito, as luminárias, o silêncio daquele pedaço da cidade é diferente. Só tem um coisa, fiz as fotos sem colocar o olho no visor da câmera digital. É, não tem jeito.

2 Comentários

Marco brito   em 6 novembro, 2009

Fico estranhamente feliz quando, meio que sem olhar, consigo uma bela e despretenciosa foto! Vale o sem querer…

Olicio Pelosi   em 6 novembro, 2009

Pedro.
Continuas enorme nas imagens e romântico nas palavras.
Parabens.

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