Meio ambiente para quem?

ponte-de-tabuas

panelas-e-esgoto

O morador da periferia de Manaus não entende porque o mato vale mais que ele. Porque tem tanta gente preocupada com a preservação da floresta e menos com este povo que habita os cafundós da cidade, onde nenhum ambientalista destes que aparece na televisão falando sobre falta de água no planeta colocou os pés. Lá, não tem água encanada, o banheiro é um cercado de lona plástica preta com um buraco dentro. Rodeando os barracos,  lagoas e igarapés entupidos de lixo. É um fedor constante e insuportável. O esgôto à céu aberto corre em todas as direções até entrar no rio Negro, um mar de água cada vez mais poluída.

Na pia do banheiro do hotel Tropical um folheto, “Conservar para Preservar”, pede economia  e explica a importância da água no futuro. No quarto do Hilton de Belém sobre a cama outro folheto avisa que: “como parte do nosso compromisso com a conservação da energia e recursos naturais, trocamos as roupas de cama a cada tres dias e no check out.”

Tudo história para boi dormir. É isso que tem deixado a caboclada que migrou do interior para a periferia das grandes cidades sem entender nada e se sentindo cada vez mais varrida para baixo do tapete. O esgôto corre em 80% de  todos os meios-fio da cidade de Belém, inclusive na porta do Hilton Hotel desde a sua inauguração em 1983.

Comentar