Leitura de port-folio

 

leitura

Paris

Esta é a terceira foto da série que comecei a publicar na terça-feira com o título “Cuba” e depois a foto de ontem com o título “Namíbia.”

São fotos soltas que não fazem parte de nenhum tema, tomadas nas andanças deste mundo sem fim.  Sem compromisso este flanar fotográfico é muito relaxante. 

O ritmo da pernada tem disfarce de turista mas a garganta fica meio seca e o coração esta pronto para dar o bote no primeiro grafismo que pintar na frente, ou numa janela com cortina rendada e vaso com flores.

Dentro deste estado de encantamento tudo é permitido, faz bem para a alma enxergar outras paisagens, fazer experiências.

Estas fotos estão na gaveta há anos e  sempre que eu as encontro digo, interessante, bacana e não sai disso. Porque não tem mais nada além disso. É só isso mesmo. 

Agora, este material ganharia interpretações inusitadas nas mãos de um curador. 

Pode mudar de nome, passar a ser obra e como toda obra a leitura do especialista é sempre impressionante, dúbia, subjetiva, uma massagem no ego do autor, principalmente quando a consulta é cobrada, claro. 

Uma leitura de port folio deve ser feita no material bruto e não no editado pelo autor. A leitura dos contatos de um trabalho deixa registrado, por exemplo, como o fotógrafo começou o dia. Se estava com a lente certa na hora certa e quantas fotos foram “atropeladas”, não enxergadas pelo fotógrafo. O contato é a caixa preta de um avião do fotógrafo. Leitura de port-folio é dissecar fotograma por fotograma e o autor deve estar preparado para ouvir o que não quer. Jogo aberto e franco, não vale justificativas.

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