É tudo farinha do mesmo saco?

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Não foi fácil explicar para a Val, uma jovem que guarda na memória tudo o que comeu até sair da casa dos pais no interior do Piauí que esta farinha que aparece na foto é uma farinha de tapioca. “Imagina seu Pedro, isto esta parecendo pedra, não vai ficar mole nunca”. Pois é, o nordeste e o norte nunca vão se entender quando o assunto é farinha de mandioca porque existe um abismo de diferenças entre eles. Para um bahiano a farinha que um manauara come de punhadinhos, jogando com a mão diretamente dentro da boca, só serve para quebrar os dentes. E a farinha consumida pelos bahianos simplesmente não é considerada farinha pelos caboclos, é poeira. Certa vez um fotógrafo bahiano levou farinha para o barco durante um workshop de fotografia na Amazônia e a tripulação não tocou na farinha durante toda a viagem.

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O processo de feitura destas farinhas são muito diferentes, começando pelas diversas variedades de mandioca. As escolas de gastronomia ainda não se atentaram porque, imagino, acham que não vale a pena perder tempo com um alimento que nós brasileiros consideramos comum, ordinário, banal e simplório, que só serve para estufar a barriga mas, a cada dia, principalmente o pessoal da dita gastronomia bate cabeça, fala bobagem, vende gato por lebre porque não tem informação, nunca deram bola para os capiaus para entender os processos e tem pouca vontade de sair do conforto das cozinhas e das caixas organizadas em porções que os fornecedores deixam na bancada de suas cozinhas. Como faltam publicações e quase não tem ninguém pesquisando seriamente o limbo vai engrossando.

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