Cadê o prumo, o nível?

aa1

Para quem não pode ver quadro torto na parede andar na nova Marginal do Tietê que esta sendo construída em São Paulo vai ser um martírio. Dificilmente vai ver um traço reto e cortante nas faixas brancas que riscam o asfalto. Se dirigir na pista que fica ao lado da longa mureta que divide a pista central das outras laterais e tirar um linha a olho nu vai ficar se perguntando de quem é a culpa. De vez em quando um calombo emenda uma mureta mais alta com uma mais baixa que provavelmente vinha sendo construida do lado contrario. Este pedaço me fez lembrar da construção da Cuiabá-Santarém que foi construída pelos Batalhões de Engenharia e Construção do Exército em 1970. O 8º partiu de Santarém e o 9º de Cuiabá. Três anos depois da largada tiveram que corrigir a rota porque a diferença entre as duas pontas da picada era de 40 quilometros. Hoje temos GPS mas o pedreiro que alinha os blocos não tem prumo. Aquilo vai virando um sobe e desce embaulado, coberto de manchas que retrata bem a preocupação com o espaço que queremos para o futuro, com o meio ambiente, com o respeito com o rio que corre ao lado. O paisagismo que estão fazendo na marginal merece ser visto de perto. Vale a pena dar um pulo lá agora para ter uma pequena amostra da nossa capacidade de recuperação de áreas degradadas.

São Paulo é a cidade dos grandes pensadores da sustentabilidade e do meio ambiente, é daqui que parte a maioria das ações na Amazônia e esta chegada poderia ser aproveitada como linguagem prática para ações futuras e não ficar só nos discursos que é coisa que fazemos muito bem mas na hora de plantar a grama não aplainamos a terra antes como estão fazendo na Marginal do Tietê.

aa2

aa3


aa4

aa5 aa6

2 Comentários

Beth   em 22 março, 2010

Mas olha só o Pedrão, querendo prumo e que saibam plantar grama na Marginais da Pauliceia. tsc

Marise   em 22 março, 2010

Pedro,

Não é incrível esse conceito de construir as marginais nas várzeas? Este é um modelo que se repete em quase todas as cidades brasileiras. Isolar o rio, muitas vezes cobri-lo. Para não ter contato? Não ver o esgoto,o lixo que jogamos?
E, olha só que esse quadro fora de prumo é o nosso cartão de visitas. Não dá uma vergonha quando se vai buscar em Cumbica alguém que está chegando ao Brasil?
No Jardim Botânico de São Paulo foi feito um trabalho muito interessante de “desenterrar” um rio canalizado, justamente uma das nascentes que formam o riacho do Ipiranga. Quem sabe pode ser uma possibilidade? Imagine só um metrô de superfície correndo de cada lado, o replantio de espécies nativas, o rio mais limpo… Capivaras já tem! (humor negro, desculpe)
Abç.
Marise

Comentar