A última luz do dia

111Na minha casa tem meia dúzia de bananeiras que são verdadeiras relíquias. Como as outras frutíferas do quintal elas lutam contra as formigas e os fungos para sobreviver. As formigas pelaram os pés de limão cravo varias vezes, novesfora os fungos que até hoje atacam. Tudo resistiu bravamente sem colocar uma gota de veneno e o único adubo utilizado são as próprias folhas da varreção do terreno que são amontoadas por baixo das árvores. Hoje temos um solo úmido e fofo coberto por uma boa camada de folhas, como o chão de uma mata nativa. Voltando as bananeiras, cortamos os cachos quando tucanos e jacus, mais pesados, chegam em grupos e destroem os cachos. Depois de provar é difícil não associar aos orgânicos disponíveis no mercado. A diferença desta banana para uma orgânica comprada é brutal. A minha é muito mais feia e  não ficam maduras de uma vez enquanto a comprada todas estão  no mesmo ponto,  tem a mesma cor e gosto, são amadurecidas artificialmente em cameras.Não sei, isto é natural? Já vi um modelo de bananal. Os produtores vestem um saco plástico nos cachos para que a banana não tenha contato com insetos e outras pragas e os produtos pulverizados, fertilizantes entre outros são considerados orgânicos pela turma da moderna pesquisa ambiental. Sinceramente, comparando com uma banana destas, dita orgânica, com as minhas, feias de cara mas resistentes a todo o tipo de intempéries, bichos e fungos o gosto é inigualável.

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