LIVROS

  • Martinelli, Pedro

    Martinelli, Pedro
    2011

    Editora: Terra Virgem
    Formato: 12,3 x 15,9 cm

    1º de Maio

     

    Eu via a foto, como todos os fotógrafos que estavam naquela tarde no Parque Antártica viram. Mas queria todo mundo sentado, como se os torcedores estivessem posando para mim, sem nenhuma bandeira e muito menos um sorveteiro com o isopor nas costas passando no meu visor. Parecia impossível flagrar aquele pedaço de arquibancada imóvel, todos sentados, braços apoiados nos joelhos, mas esta era a foto que eu tinha enxergado desde que coloquei os pés dentro do campo naquele 1º de Maio de 1971 no Parque Antártica, num jogo entre Palmeiras e Guarani. Dali para a frente não fiz outra coisa senão planejar esta fotografia. O golpe, pensei, era sair de trás do gol devagarinho, para não chamar atenção do juiz, que não deixava fotógrafo andar na lateral, e chegar ao meio do campo nos segundos que antecediam o apito que coloca a bola em jogo. O início do jogo é um momento mágico, o único, acho eu, em que o estádio para por alguns segundos. Mais que na execução de Hino, no minuto de silêncio ou na cobrança de pênalti. Primeiro fiz a marcação no campo, tinha uma zoom 85-250mm e podia chegar no corte justo. Tudo isso teria que ser feito discretamente, sem colocar a câmera na cara para não chamar a atenção dos meus queridos "inimigos". Eu era um jovem fotógrafo e estava começando a aprender a " abrir as asas" para me defender. Na teoria, eu tinha uma foto, mas tinha que contar com a sorte para imprimi-la na gelatina. Precisava da ajuda do árbitro, precisava da sua autoridade nesse início de jogo. Normalmente, o estádio fica alguns segundos em silêncio quando o juiz coloca a bola na marca de cal, faz sinal de positivo para um bandeira, para o outro e depois acerta o cronômetro. mas isso depende da autoridade "litúrgica" de cada juiz. Eu me coloquei no meio do campo, com a câmera no olho, enquadrado, torcendo para que, naqueles segundos antes do apito, o único sorveteiro que eu via no visor saísse do quadro e o torcedor que agitava uma bandeira solitária, ao lado da chaminé, sentasse. Em uma fração de segundo, tudo isto aconteceu ao mesmo tempo. O sorveteiro seu o último passo para fora do visor e o torcedor baixou a bandeira e sentou. Disparei ao mesmo tempo em que soava o apito do início do jogo e vi a foto se desmanchar com a multidão festejando o início da partida. Olhei para os lados e só vi o bandeirinha. A foto era só minha.

     

    Pedro Martinelli, março de 2011

     

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    Comunidade Boa Vista/PA 1976 Bóias-fria 1976 Bóias-fria 2000 Marabá/PA 1980 Montevidéo/Uruguai


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    Casas Paulistanas Casas Paulistanas Casas Paulistanas Casas Paulistanas

  • Gente x Mato

    Gente x Mato
    out 2008

    Editora: Jaraqui
    Formato: 27cmX42cm (formato tablóide)
    Preço: R$70,00
    Venda: Direto com o autor pelo email pedromartinelli@uol.com.br

    UM LIVRO SOBRE A AMAZÔNIA REAL

    O desmatamento da Amazônia ocupou quase semanalmente as páginas de jornais e revistas neste ano de 2008.

    Ainda assim, apesar de estar no centro da discussão global sobre o meio ambiente, e de representar cerca de 60% do território nacional, a Amazônia ainda parece estar fora do mapa do Brasil.

    A maioria dos brasileiros jamais a visitou. Ou, quando o fez, limitou-se à área restrita de um hotel de selva ou ao bumbódromo de Parintins.

    No imaginário brasileiro, a Amazônia ainda é uma mistura complexa e confusa de lendas e clichês exóticos, crimes e polêmicas ambientais.

    O livro GENTE X MATO, do fotógrafo Pedro Martinelli, é um convite para conhecer a Amazônia real.

    Seu ponto de partida é 1970, ano em que teve início o grande projeto de ocupação da floresta, sob o comando dos militares no poder.

    Foi nesse ano também que Martinelli conheceu a região, como integrante de uma expedição para contatar os índios Panará.

    Desde então, o fotógrafo não parou de percorrer e documentar a vida da maior floresta do mundo, cujas bordas vamos roendo pouco a pouco.

    Com 168 imagens, em cor e preto-e-branco, registradas entre 1970 e 2008, GENTE X MATO quer mostrar que a difícil e frequentemente devastadora ocupação da Amazônia é resultado das políticas equivocadas que tiveram início há quase quarenta anos. E que infelizmente continuam em vigor.

    Concebido e editado pelo fotógrafo, pelo jornalista/roteirista Marcelo Macca e pelo designer Ciro Girard, GENTE X MATO coloca uma lente de aumento sobre aspectos da vida amazônica que o resto do Brasil ainda insiste em ignorar.

    Em formato tablóide, que faz lembrar as antigas revistas que marcaram época na imprensa nacional, como Realidade e O Cruzeiro, GENTE X MATO lança uma pergunta a todos os brasileiros:

    “Na Amazônia, o mito, ainda cabem vários sonhos e projetos de futuro. Mas e na Amazônia real? Ainda cabe o quê?”

    Marcelo Macca

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    Gente x Mato Gente x Mato Gente x Mato Gente x Mato

  • Mulheres da Amazônia

    Mulheres da Amazônia
    out 2004

    Editora: Jaraqui
    Formato: 24cmX29cm
    Preço: R$ 70,00
    Venda: Direto com o autor pelo email pedromartinelli@uol.com.br

    Mulheres da Amazônia

     

    Ali onde nenhuma atualidade imediata desarruma a história, onde nada parece acontecer exceto o lento escoar de um Brasil escondido, é ali que o fotógrafo paulistano Pedro Martinelli reaprendeu a olhar.

    E se deixou tragar pela vida cabocla, percorrendo um longo caminho de depuração estética, física, cultural e profissional.

    Durante trinta anos, Martinelli foi fundamentalmente um fotojornalista a serviço dos melhores orgãos de imprensa do país. Com um estilo viking de ser, tomava de assalto a notícia - fosse ela uma guerra na Nicaraguá, a erupção do garimpo em Serra Pelada, o primeiro contato com índios gigantes da Amazônia, uma final olímpica de volei. Somou ao fotojornalismo uma carreira de ensaísta fotográfico do nu feminino e criou estilo próprio de fotografar moda. Com suas lentes, construiu campanhas publicitárias para marcas internacionais e estava com a carreira assentada no topo.

    Ainda assim, sentia-seu um predador da informacão - jamais tinha tempo de olhar e ver, sentia estar apenas arranhando a essência do que fotografava.  Susan Sontag já havia escrito em 1977 que a sociedade industrial transforma o cidadão em viciado em imagens, forma mais irresistível de poluição mental, na qual a busca pelo belo e pela experiência de experimentar algo novo é substituída pelo ato de fotografar.

    Martinelli foi se distanciando desta tribo.

    Decidiu experimentar olhar e vivenciar - assimilar cheiros, ruídos, texturas, formas, movimentos - ao invés de olhar e fotografar. Para isso, foi se desfazendo de várias plumagens urbanas e partiu para o que o antropólogo Darcy Ribeiro chamava de Jardim da Terra, a Amazônia. Foi nas sombras desse Brasil exuberante, colorido e devorador que Martinelli garimpou a vida  silenciosa da mulher cabocla. Passados cinco anos, saiu de lá com uma visão depurada do que é essencial.

    “A câmara é um instrumento que ensina as pessoas a ver sem uma câmera”, sustentava a fotógrafa americana Dorothy Lange (1895 - 1979). Com Mulheres da Amazônia, Martinelli consegue algo mais: sua câmera capta o tempo e o silêncio.

    Platão dizia que o tempo nada mais é do que a eternidade em movimento. Martinelli fotografa a eternidade da vida cabocla no instante em que uma visão é eternidade. Talvez seja essa a única medida de tempo ao combinar universalmente com uma câmera. “Pode haver uma melhor definição de fotogafia do que um sistema de momentos?”, pergunta o escritor mexicano Carlos Fuentes. Com Mulheres da Amazônia, Martinelli registra simultaneamente o movimento do momento e a imobilidade do eterno.

    Para isso, foi preciso não se deixar seduzir nem acachapar pela natureza que, na Amazônia, tende a reduzir o homem a figurante do espetáculo maior. Nas fotos de Martinelli, água e floresta servem, no máximo, de moldura `a invisibilidade da vida cabocla. O rumo infinito de uma canoa (pag. 10), o aconchego  humano no isolamento da mata (pag.35), o mergulho da menina que vai se fundir ao rio (pag. 47),  o posto de observação da vida adolescente (pag. 150) - todas imagens que silenciam a floresta.

    Ee Mulheres da Amazônia a busca pelo comum, o simples, o banal é permanente. A ensaísta americana Susan Sontag, comparando o ofício de pintar ao de fotografar , acredita que o primeiro leva vantagem pois pode criar `a exaustão, enquanto o segundo precisa de imaginação permanente. “Na fotografia, tudo é tão comum”, espanta-se Sontag, “e é preciso muito tempo para aprender a ver o comum.” Martinelli achou o belo no comum. Pinça elegância em um botão de vestido verde (pag. 97), estilo em dois grampos numa cabeleira em coque (pag. 103), harmonia no movimento de preparo da mandioca (pag. 19).

    Sobretudo, seja de espingarda na mão ou como marisqueira de caranguejos, flagra o vigor da fêmea no seu embate com a vida amazônica. Um dos retratos mais belos dessa liberdade aprisionada e solitária está napágina 101.

    Inventário visual da gente cabocla, Mulheres da Amazônia não dramatiza.

    Prioriza, sobretudo,  a informação. Através de pequenas vinhetas explicativas do modo de vida desse Brasil escondido pela natureza, Pedro Martinelli dá a seus personagens a dimensão humana que merecem.

    Dorrit Harazim

     

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    Mulheres da Amazônia Mulheres da Amazônia Mulheres da Amazônia Mulheres da Amazônia Mulheres da Amazônia

  • Amazônia o Povo das Águas

    Amazônia o Povo das Águas
    jul 2000

    Editora: Terra Virgem
    Formato: 24cmX29cm

    Amazônia o Povo das Águas

     

    MURAL DE AMAZÔNIDAS

    Pedrão é um foto jornalista que anda, andou muito, continua andando, navegando, há 30 anos, registrando histórias da Amazônia.

    Parece cumprir o destino dos Martinelli, uma família de fuori muri que deixou Luca na Itália no início do século e se radicou em Santo André, São Paulo, onde Pedro nasceu, aprendeu a andar no mato, a pescar e a cozinhar generosamente.

    Formado na escola fugaz da imprensa diária, que o levou de Santo André para alguns dos maiores periódicos do país, Pedro Martinelli foi se firmando nas redações como um fotógrafo que não perdia o lance crucial do jogo de domingo e sempre estava disposto a viajar para locais remotos e encarar pautas difíceis.

    O gol e o mato.

    Fez muito buraco de rua e treino do Madureira, antes de chegar aos Fla-Flus, `as copas do mundo, `as olimpíadas, os golpes de Estado na America Latina, `a guerra da Nicarágua, `as eleições de Papa, `as campanhas publicitárias, os editoriais de moda e de mulher e `a direção de um dos maiores estúdios fotográficos do país.

    Em 1970, quando o regime militar botou em marcha os primeiros acordes do chamado Plano de Integração Nacional e iniciou a construção de rodovias que cortariam a floresta amazônica, Pedro, então com 20 anos, foi escalado pelo jornal O Globo para cobrir a célebre expedição de “atração” dos chamados “índios gigantes”, na rota da abertura da rodovia Cuiabá-Santarém. Foi sua pós graduação de mato na Amazônia, tendo Claudio Villas Boas como mestre. Durante três anos, aguardou pacientemente na rede, meses a fio, o desfecho da história. Descobriu quanto custa fazer uma documentação fotográfica profunda, numa região imensa, desconhecida e onde o que dá o ritmo (ainda) é a natureza.

    Seus registros memoráveis do cerco aos Kranhacãrore viriam se completar 25 anos mais tarde, quando reencontrou os Panará - o verdadeiro nome da tribo - e pôde documentar o seu retorno ao que sobrou do território tradicional, depois do vendaval predatório das madereiras, das empresas agropecuárias e dos garimpos que se instalaram na região dos afluentes da margem esquerda do médio Xingu, no rastro da estrada.

    A esta altura, Pedro Martinelli já havia deixado o emprego fixo e estava andando por sua conta, sem a pressão das pautas de curto prazo e o jugo dos editores, para se dedicar prioritariamente `a documentação do cotidiano do homem da Amazônia, do qual este livro é um primeiro fruto.

    Carregando sempre uma tralha compacta, na qual não falta uma vara de pescar desmontável, Pedro é um fotógrafo artesanal, que só utiliza câmeras mecânicas sem adereços sempre depois de uma aproximação profundamente humana e alegre com as pessoas e comunidades protagonistas das histórias que está aprendendo para contar. Seus fotogramas são tiros de armas sempre penduradas a tiracolo, inseparáveis até quando vai tomar banho de igarapé.

    Mulheres Baniwa do Alto Içana na lida da mandioca brava, caboclos do Alto Solimões especialistas na pesca de pirarucu, juteiros do Paraná do Supiá, piabeiros de Barcelos e pau-rosistas do Nhamundá, carregadores do porto de Manaus , engenheiros da mina de ferro de Carajás, são alguns dos personagens, registrados e datados por Pedro Martinelli, fragmentos representativos de um mural da humanidade amazônica em rápida transformação, que os paparazzi do exotismo e as fotos de satélite não detectam, num país que chega aos 500 anos e na virada do milênio como recordista mundial da predação florestal e da ignorância sobre a sua diversidade socioambiental.

    Beto Ricardo, companheiro de viagem (Instituto Socioambiental)
    São Gabriel da Cachoeira. AM, agosto de 1999

     

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    Amazônia o Povo das Águas Amazônia o Povo das Águas Amazônia Amazônia o Povo das Águas Amazônia o Povo das Águas

  • Panará a Volta dos Índios Gigantes

    Panará a Volta dos Índios Gigantes
    jul 1998

    Editora: Instituto Socioambiental
    Formato: 21cmX28cm

    Panara a Volta dos Índios Gigantes

     

    A SAGA DE UMA TRIBO QUE DEU A VOLTA POR CIMA

    Krenakarore, Kreen-Akrore, Kreen-Akarore,Krenhakore, Krenacarore, Kranhacãrore….

    Os índios gigantes”, estão de volta.

    E sorridentes…

    Apesar do trauma do contato em 1973, dos vírus dos brancos que quase os dizimaram, da transferência forçada do rio Peixoto de Azevedo para o Parque do Xingu e de vinte anos de exílio eles recobraram o ânimo de viver e lutar. Voltaram a crescer, a orgulhar-se de si e reconquistaram parte do seu antigo território tradicional no rio Iriri, 495.000 ha de floresta densa e cabeceiras de rios, ainda não “comidos” pelo brancos, na divisa entre Mato Grosso e Pará.

    Agora, eles querem ser reconhecidos pelos seu verdadeiro nome: Panará.

    Este livro conta a história da saga dos Panará, iluminando, o que aconteceu antes, durante e depois do mais divulgado “primeiro contato” de um povo indígena com a sociedade brasileira na época das telecomunicações modernas.

    Para recuperar esse caso emblemático da história recente do Brasil, as fontes de informação foram revisitadas e inúmeros personagens entrevistados.

    Com o auxílio de assessoria antropológica, foi possível colher a versão dos Panará, em sua própria lingua.

    Afinal , eles eram mesmo gigantes.

    Não na estatura, mas na vontade.

     

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    Panara a Volta dos Índios Gigantes Panara a Volta dos Índios Gigantes Panara a Volta dos Índios Gigantes Panara a Volta dos Índios Gigantes Panara a Volta dos Índios Gigantes

  • Arte Baniwa

    Arte Baniwa
    1998

    Editora: Instituto Socioambiental
    Formato: 10,5com X 15cm

    Arte Baniwa

     

     A cestaria de arumã é uma arte milenar ensinada aos homens baniwa pelos seus heróis criadores e cujos grafismos foram inscritos pelos antepassados nas pedras, em forma de petroglifos, para que nunca fossem esquecidos. Para os Baniwa, fazer arte de arumã é condição da pessoa plenamente cultural.

    Os Baniwa são um povo de língua aruak que vive na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, em aldeias localizadas ás margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiari e Cubate, além de comunidades no alto Rio Negro/Guainía e nos centros urbanos rionegrinos de São Grabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM).

    Os Baniwa fazem parte de um complexo cultural de 22 povos indígenas diferentes que habitam há séculos o extremo noroeste da atual fronteira geopolítica da Amazônia brasileira. Baniwa não é uma auto denominação, mas um termo genérico utilizado desde tempos coloniais para se referir aos povos de língua aruak desta parte da Amazônia. Entre si, se distinguem pelos nomes de suas fratrias, como Hohodene, Walipere-dakenai, Dzauinai e outros.

    A população baniwa atual é estimada em 12 mil pesssoas, das quais cerca de 4 mil no Brasil, vivendo basicamente de agricultura especializada na mandioca brava e da pesca, em aproximadamente cem aldeias e sítios. Desenvolveram uma adaptação fina a uma região com baixa capacidade de suporte, isto é, com solos ácidos e pobres, com manchas descontinuas de terra firme separadas por campinaranas e igapós.

    ISA - Instituto Socioambiental

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    Artesanato Rio Içana Rio Içana Tapioca Cestaria Baniwa Paneiros

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