Abra o jornal, perca o fôlego, suspire, chore…
…pior, entenda porque voce esta emburrecendo. A fotografia ficou grosseira quando comparada com a delicadeza da passagem de luz das fotos publicadas nesta página. Alguém ainda lembra o que é isso, passagem de luz? O fotógrafo Assis Horta mostra no Caderno Aliás do Estadão deste domingo alguns retratos feitos em seu estúdio em Diamantina, Minas Gerais, entre 1928 e 1967. Veja a luz no rosto da menina no pé da página e os meios tons na foto do personagem Rabo Mole, a maior foto da página que, segundo o autor, ficava fazendo poses na frente do estúdio mas se recusava a colocar o paletó oferecido pelo fotógrafo para as fotos 3X4 para que ele saisse mais bem ajeitado na chapa. “Rabo Mole só aceitava ser fotografado se fosse com a roupa que estava usando”, relembra Assis em entrevista para o Estadão.
O fotógrafo Assis esta com 92 anos e fotografa seus filhos, netos e bisnetos com uma Rolleyflex e tem guardados um arquivo com 96 mil negativos em chapa de vidro 9 X 12.
Se voce ainda não percebeu porque emburrece e porque os jornais estão morrendo tente lembrar quando foi a última vez que viu uma página dupla tão finamente ilustrada como esta, neste jornal ou em outro qualquer.
2 Comentários
Mario Cohen em 27 maio, 2013
a banalização da fotografia equivale a chegada da caneta bic, ela nà o aumentou o numero de poetas….
J.R.Duran em 23 maio, 2013
É verdade Pedro, é verdade…