Afinação justa
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“Publicar uma foto na Veja é difÃcil” Esta era a frase preferida do editor de fotografia Sergio Sade para todos os fotógrafos, contratados ou free-lancer.Â
Na rua eu ouvia o contrário. Diziam que trabalhar na Veja era fácil porque “só publica retratos”.Â
Pior ainda. Se o “boneco” não fosse bem feito o editor da matéria mandava comprar uma outra foto.
E se a foto fosse para a seção de “Gente”? Se houvesse tempo mandavam refazer, senão publicavam uma do Dedoc, o arquivo da Editora Abril.Â
Muito raramente se ouvia, “esta foto é do cacete!”. Se o fotógrafo levasse um “muito bom” podia dormir em paz.
Melhor que isso só o silêncio.
O jogo era claro, na revista só sai o melhor. A pressão era grande mas eu adorava esta afinação justa.Â
Do lado de lá do vidro, nesta foto, estão Pedro de Oliveira, Milton Rodrigues Alves e Alfredo Nastari todos da  editoria de arte. O do meio é o Pedrinho que juntamente com o editor de texto e de fotografia batiam o martelo na edição final. Miltão era o capista que fez todos aqueles dragões incediários que ilustraram as capas sobre inflação, e o Alfredo diretor de arte. Dentro deste quadradado da moldura, onde estão os tres, a revista era fechada.
beth lorenzotti em 5 março, 2009
Olha só o Pedrinho e o Miltão, dentro das malfadadas baias.
Grandes garotos.
Pedrinho estudou comigo e a Ana no colégio estadual, acredita?
E o Miltão colaborava, sob o pseudônimo de Tuim, no nosso militante Jornal da Periferia,a Tânia Mendes o cooptou -rs- acho que alguns anos depois dessa época aÃ.Porque se soubessem na Veja não ia pegar nada bem pra ele.Artista de mão cheia, moquense retado.
E melhor que o silêncio, só João.