Truta selvagem

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Na Patagônia o regulamento da temporada de pesca nos rios que correm nos Parques Nacionais é feito de acordo com o levantamento da população de cada rio. Na maioria dos rios é obrigatória a soltura dos peixes em boas condições de sobrevivência que quer dizer não esgotar a truta depois de fisgada para não cansa-la. A modalidade da pesca é somente com “fly” e é proíbido utilizar anzóis com “rebarba”, a farpa que não deixa o anzol sair facilmente.

São pouquíssimos os rios onde se pode matar uma truta por dia com mais de 60 centimentros. Para comer uma truta na beira do rio eu prefiro os rios onde o limite é de dois peixes com menos de 30 centímentos.

As duas trutas do almoço são amarradas com uma cordinha, vivas, no cinto do meu “waders” e antes de sair do rio são abatidas e limpas. Passo limão, sal e deixo descansar enquanto tiro o macacão.

Os ingredientes para fazer a minha truta virgem, nascida e criada no rio, são: sal, limão, manteiga e pimenta do reino.

Junto algumas pedras e faço um belo fogo. Coloco um bom pedaço de manteiga na frigideira e deixo derreter. Quando a manteiga começa a dourar coloco as trutas e não mexo mais. Controlo o fogo e coloco alguns grãos de pimenta do reino amassado com o lado da faca. Uns cinco minutos depois viro as trutas  e espero a manteiga entrar no ponto.  Quando ela esta ficando marrom e pegando em baixo coloco um mini gole de água quente e mais dois minutos é suficiente para desgrudar o que pegou na frigideira e formar um molho amarronzado maravilhoso. Pronto. Deve ser comida sem acompanhamento em prato raso, branco, sentado de frente para o rio.

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