Arquivo / abril, 2012

Viagem ao Rio Içana (3)

Viagem ao Rio Içana (2)

Os índios usam pedaços de beiju que são enfiados dentro das panelas ou qualquer outro utensílio de cozinha para se servir da quinhampira, um caldo muito apimentado de peixe moqueado com diversas pimentas da região. Eles tem identificadas 36 espécies de pimenta.

Girau com moqueados de tucunaré, piranha e traira

Acabamento de uma casa da comunidade de Juivitera

Capitão Valentim, Baniwa de 87 anos, grande figura humana,  foi educado no colégio Salesiano e  trabalhou muitos anos com os padres, viu o Içana se tornar evangélico e hoje é um deles.

 

 

Viagem ao Rio Içana (1)

Vista do alto da margem esquerda da Cachoeira de Tunuí no Rio Içana. Nesta época de inverno os rios estão cheios e a queda d’água praticamente desaparece facilitando a subida dos barcos. No verão, com  o rio baixo os barcos passam arrastados por cima das pedras, carga e motor são carregados pelos índios por terra.

 Enormes bongos feitos de troncos de uma só árvore navegam entre as comunidades de índios Baniwa e Curipaco que habitam o Rio Içana até a última fronteira com a Colômbia.

Salão principal da aldeia de Tunuí onde são feitas as orações e servidas as refeições comunitárias

Quinhampira, o prato mais apreciado do Rio Içana. Peixe moqueado cozido com muita pimenta e beiju.

Um pedaço da Rodovia Perimetral Norte abandonada desde os anos 70 na margem direita do Rio Içana.

Moradia dos brasileiros

São Gabriel da Cachoeira

Conjunto de montanhas no Alto Rio Negro conhecida como Bela Adormecida. As  fotos foram feitas da varanda da casa que o ISA – Instituto Sociambiental tem na cidade.

Bandeirantes

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Janela do avião Bandeirantes que sobrevoa o Rio Negro-AM

Do Xingu para as cabeceiras do Rio Iriri

2abcDepois de mais de 20 anos no Parque do Xingu, os Panara voltaram a ter uma população de 300 índios, número de individuos parecido com o que habitava as margens do Rio Peixoto de Azevedo na época do contato. A foto preto e branco é a primeira viagem das mulheres Panara para o Iriri, a aldeia Nacypotiti, onde os índios estão até hoje.

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Aproveitando o embalo do filme Xingu

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Fui ao Xingu em 1995 com um punhado de fotos do contato que aconteceu em Abril de 1973 me reencontrar com os índios Kranhacãrore que tinham sido transferidos do rio Peixoto de Azevedo, onde tinha sido feito o primeiro contato, devido ao grande número de mortes que a tribo tinha sofrido logo após o encontro com os brancos. Encontrei homens e mulheres da época do contato e também Sokrit o gigante da primeira aparição que foi publicado na primeira página do jornal O Globo. Quinze dias depois voltei ao Xingu com uma Toyota Bandeirantes em companhia de meu amigo João Ãvila, o Joãzinho, que era assistente do Estúdio Abril e tinha trabalhado comigo na revista Veja. Do Posto Piaruçu partimos eu, o João, meu amigo Txucarramãe Bedjai, que é sobrinho do Raoni e tinha trabalhado na expedição de contato dos gigantes e um índio Panara, este que esta à direita na foto com o Bedjai, que mesmo depois de vinte anos de contato não falava português. Nosso rumo era o Peixoto de Azevedo, visitar os locais onde tinhamos vivido os três anos de expedição, os acampamentos, tentar encontrar a aldeia, ver como estava o rio, levar os índios para rever a região. Cruzamos os 80 quilometros de mata fechada da BR 80 que corta o Parque Nacional do Xingu e o primeiro baque foi dar de cara num deserto sem fim assim que deixamos as últimas árvores do Xingu nas nossas costas. Dali pra frente foi uma tristeza sem fim. Batemos em Matupá que na entrada da cidade já ostentava uma castanheira cortada na metade com o símbolo do Rotary Club espetado em cima.

Ao lado da Avenida asfaltada que cortava o trevo do Rotary o índio Panará viu um córrego cheio de entulho e lembrou que naquele córrego tinha sido flexado o trabalhador da estrada Bispo. Fomos bater na beira do rio Peixoto de Azevedo, os índios falavam sem parar e gesticulavam agitados, Bedjai explicava que ali era onde tinhamos feito o primeiro campo de pouso, o rio corria barrento leitoso, com manchas de cores estranhas, máquinas toscas de madeira com correias removiam areia por todos os lados e jatos de água cavocavam buracos profundos.

Dormimos em um hotel de beira da estrada onde 20 anos antes era uma grande roça Panara explicava o índio que nos acompanhava. No dia seguinte continuamos a andar nas margens do Peixoto. Tudo estava mudado mas os índios não perdem o rumo, sabiam exatamente onde estavam e neste lugar onde eles posaram para esta fotografia era uma das cabeceiras do campo de pouso do acampamento onde se deu o primeiro contato.

Vendo o filme Xingu, de novo a pergunta que nunca vai deixar de ser perguntada, pra que serviu tudo isto se nenhuma estrada vai a lugar nenhum até hoje? A Cuiabá-Santarém que dizimou os Panara não leva ninguém a Santarém. A Transamazônica virou uma avenida em Altamira e a Perimetral Norte desapareceu, ninguém sabe onde fica. Alguém pode dizer para que serve a Serra do Cachimbo? Se é que alguém sabe o que é e onde fica.

Abobrinha

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